quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

SABEMOS PARA ONDE IR, CRIAMOS O PPP-2013

Entregamos e participamos da cerimônia de Homologação do PPP-Projeto Político Pedagógico, com a presença dos Diretores de 60 unidades escolares e Coordenadora da CODEB/DIREC - 02. Trata-se de um documento de fundamental importância, almejado há muitos anos. Realizamos a conclusão do PPP. Esse documento era BUSSOLA que precisávamos para navegar seguindo uma rota direcionada. O PPP do Colégio Estadual Novis Filho, encontra-se disponível para consulta na Secretaria, Direção e Biblioteca da Escola.
Veremos agora, sua apresentação e introdução:
APRESENTAÇÃO
            O presente trabalho é o Projeto Político Pedagógico (PPP), do Colégio Estadual Novis Filho (CENF), situado na rua Américo Trabuco, nº 41, no município de Tanquinho – Ba. Trata-se de uma escola da rede estadual que atende o Ensino Fundamental II, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Tempos Formativos II e III.

            O Projeto Político Pedagógico do CENF foi idealizado a partir de reflexões nas duas últimas jornadas pedagógicas, na gestão composta por:

DIRETOR: Raimundo Barbosa Cerqueira,

VICE-DIRETORA: Joselita Batista Ferreira Fiel

VICE-DIRETOR: Valmir Alves do Nascimento,

E juntamente com  os professores, foi colocado em prática a sua efetivação de acordo com os parâmetros de sua execução neste ano letivo de 2013. Com o auxílio da coordenadora do Projeto de Monitoramento, Acompanhamento, Avaliação e Intervenção pedagógica (PAIP), da DIREC 02, Geovana Márcia Carneiro Oliveira, reuniu-se toda comunidade escolar: gestores, professores, alunos, funcionários e pais em diversos momentos para reflexões acerca da realidade escolar, e sobre as  finalidades da escola, o seu papel social e a definição de caminhos e ações que serão executadas. No primeiro momento, discutiu-se sobre a realidade escolar e formou-se o grupo de sistematização composto por dois representantes de cada segmento para viabilizar todas as demais etapas e concluir com este documento que ora apresentamos. Os tópicos foram respondidos na reunião geral contemplando todas as vozes dos referidos segmentos, depois o grupo de sistematização se reuniu, transformou os itens respondidos em sequências textuais, as quais eram revisadas pela representante dos professores, e retornava para outra análise do grupo para verificação se as produções finais contemplavam os anseios que a comunidade escolar havia instituído. O mesmo se efetivou nos demais momentos, os quais se encontram registrados em ata (ver anexo).  Neste documento estão expressas as diretrizes pedagógicas, concepções relativas à educação e compromissadas com o processo de humanização e desenvolvimento social, e descrito todo o processo de desenvolvimento do PPP. Em anexo estão dados que ratificam o exposto nas produções textuais. Assumindo a responsabilidade de formar cidadãos conscientes, reflexivos e críticos, e atuando na busca da superação das desigualdades e do respeito ao ser humano, a construção do Projeto Político Pedagógico é uma ação intencional, com sentido explícito, definido coletivamente que norteará as ações na unidade escolar. Ações estas que carecem de acompanhamento e monitoramento para uma real efetivação das mesmas.
1 INTRODUÇÃO
            O espaço da escola é um ambiente formal de prática educativa que abriga várias pessoas ocupando posições distintas, com suas singularidades, oriundas de contextos diversos, mas com o objetivo de realização pessoal e profissional. Fomentar, propiciar e construir este espaço como democrático, reflexivo e comprometido com o ser humano e o seu lugar na sociedade é tarefa de todos que a compõem.  Por meio dos princípios democráticos apontados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, nos artigos 12º, 13º e 14º encontramos o aporte legal da construção da proposta pedagógica da escola. Elaborar um plano que deve explicitar os anseios de gestores, professores, alunos, funcionários e pais na condução da trajetória escolar vai além de uma obrigação legislativa; é legitimar a análise, a reflexão da realidade vivida e as projeções para transformá-la. O Projeto Político Pedagógico (PPP) é o ponto de apoio da avaliação institucional, pois construído coletivamente fortalece o direcionamento do processo ensino e aprendizagem por ser uma ferramenta de planejamento, orientação e construção de diretrizes para o Colégio Estadual Novis Filho. Na composição do termo Projeto Político Pedagógico, as palavras constitutivas refletem a sua essência:
·         É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado tempo.
·         É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos consciente, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.
·         É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.
 
            Para a efetivação da construção do Projeto Político Pedagógico (PPP), necessário se faz que reflitamos acerca de alguns conceitos que fundamentam o trabalho desenvolvido na escola.  Primeiramente, nos situamos com as Diretrizes Legislativas Nacionais, e elencamos algumas vivenciadas pela escola e que direcionam o fazer pedagógico. Em seguida, no referencial teórico abordamos de forma breve sobre a concepção de educação e de escola que acreditamos, sobre os processos de ensino e aprendizagem, prática docente, perfil do cidadão a ser formado, currículo e avaliação, numa perspectiva de uma educação transformadora que contribua para o desenvolvimento humano e social dos educandos. Vale ressaltar que isto ocorre em uma sequência, mas com o entrelace entre os mesmos, e não de forma estanque, pontual, uma vez que todos norteiam o fazer pedagógico; e consideramos como meios úteis que situam todo o trabalho desenvolvido, trazendo respaldo para a compreensão do mesmo, e ao mesmo tempo fortalecendo ações futuras. Logo após, considerado como o corpo do projeto, a sua essência, encontramos o tópico a Caracterização da Escola onde há subtópicos retratando as ações desenvolvidas na execução do PPP. Começamos pelo Diagnóstico da Realidade Escolar, no qual expressamos sobre algumas atividades pedagógicas do passado que contribuíram positivamente na relação ensino e aprendizagem; depois, situamos o Contexto Atual da escola retratando sobre a Estrutura física, Recursos humanos e materiais, Gestão e Organização da escola e do ensino. No terceiro subtópico, focalizamos a Identidade da escola e a História da Comunidade onde esta se situa, procurando deixar claro as nossas origens e as lutas de percurso para chegarmos ao que somos. Em seguida, nos dois últimos subtópicos, as abordagens pairam sobre os Resultados educacionais com o Desempenho global da escola e Desempenho escolar dos alunos; e por fim, a Convivência na Escola retratando as relações entre os segmentos.  Ainda fazendo parte da centralização do projeto, e considerado por nós como o seu ápice, temos o Plano de Atividades, no qual estão elencadas as prioridades de trabalho para 2014, que foram contabilizadas e selecionadas pelo grupo de sistematização mediante indicações dos autores do projeto: pais, professores, gestão, funcionários e alunos. Por fim, há a Implementação e Avaliação, traçando assim os caminhos finais necessários na execução do PPP, e consolidando as ações traçadas. Sabemos que nenhum projeto político pedagógico pode ser dado pronto e acabado, pois as pessoas, o tempo e os espaços estão sempre em movimentos, mudanças e nós devemos acompanhar o percurso da história. Há também, por parte dos que o produziram a consciência da sua simplicidade e da sua abertura para qualquer sugestão de melhoramentos e encaminhamentos, pois acreditamos que as trocas, as orientações são propícios para redirecionar positivamente os caminhos traçados. Enfim, nossas reflexões, ações e metas traçadas visam uma escola pública de qualidade e uma preparação significativa na formação cidadã dos nossos educandos, seja no desenvolvimento do convívio pessoal ou nas relações sociais, nesta sociedade tão competitiva e excludente
a)    Diretrizes da Educação Brasileira
O Colégio Estadual Novis Filho funciona e funcionará sempre pautado nas Leis que orientam a educação no Brasil. Historicamente temos no país, e na Bahia consequentemente, as Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) Lei 4.041/61, Lei 5.692/71, e atualmente a Lei 9.394/96. Temos ainda a Lei 8.089/90 (ECA), Lei 9.424/96 Emenda Constitucional 14/96 (FUNDEF), substituída pela Lei 11.494/07 Emenda Constitucional 53/06 (FUNDEB), Lei 10.172/01 Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 11.738/08 (Piso Nacional). Queremos destacar em linhas gerais que dentre a LDBs, a de 1961  destaca-se pela ambiguidade entre escola pública e escola privada. Ou ainda por conter interesse de uma elite a partir da instituição do ensino propedêutico que levava as classes privilegiadas para a universidade e de um ensino profissionalizante para as classes mais pobres, para atender à industrialização e o nacional desenvolvimentismo instaurado no Brasil.  A LDB de 1971 destaca-se por ser criada no auge dos governos militares no Brasil. Por consagrar o ensino profissionalizante em nível de 2º grau para atender ao chamado milagre econômico brasileiro. Estabeleceu as disciplinas Educação Moral e Cívica e OSPB nas escolas e retiraram Sociologia e Filosofia, levando os alunos a uma ideia de patriotismo com mínimo de senso crítico. A atual LDB, de 1996, é a mais progressista. Pensada por intelectuais como o antropólogo e político Darcy Ribeiro, esta lei passou dez anos para ser aprovada, até que finalmente chega em 1996, com muitos cortes em relação ao projeto inicial que previa melhorias revolucionárias na educação brasileiro. Segundo a LDB 9394/96, em todas as escolas brasileiras deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma base nacional comum, de forma a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. Expresso no Art. 26 da LDB 9394/96 “... com uma base nacional comum, a ser completada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.”  De acordo com a LDB a base nacional comum também deve preponderar uma dimensão diversificada. Essa parte “diversificada” envolve os conteúdos complementares, escolhido pelo sistema de ensino e pelos estabelecimentos escolares, integrados a base nacional comum, de acordo com as características regionais, culturais, sociais e econômicas. Outro documento que merece comentário é o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. O conteúdo dessa lei precisa ser mais bem discutido nas escolas em todas as disciplinas como forma de levar os alunos ao entendimento do que vem a ser cidadania. Os jovens têm visualizado muito bem o significado dos seus diretos na sociedade e na escola, mas, precisam ainda de maior conscientização quanto aos seus deveres.  Além das referidas leis, daremos particular atenção à Lei 11.645/08, que complementa a Lei 10.639/03, que por sua vez modificou a Lei 9394/96 (atual LDB). A Lei 11.645/08 obriga as escolas públicas e privadas da educação básica do Brasil a incluírem nos seus currículos, principalmente nas disciplinas História, Literatura Brasileira e Artes, os estudos sobre a História da África e da cultura Afro-brasileira e Indígena.  O Movimento Negro Brasileiro já lutava para criação de uma lei como esta desde meados do século XX. Agora que tal lei foi criada não temos visto a mesma ser cumprida na maioria das escolas públicas e privadas do Brasil e da Bahia. A Lei 10.639/03 já completou dez anos, a Lei 11.645/08 completou cinco anos, e, mesmo sabendo-se que a grande maioria da população baiana é constituída por afros descendentes, e principalmente que as populações que compõem as escolas públicas de educação básica do estado são de maioria afro descendentes temos feito muito pouco para cumprir a determinação legal. O Colégio Estadual Novis Filho deverá ser um exemplo de busca de obediência à lei como forma de exercício da cidadania plena.  Acreditamos que no momento em que cumprirmos a Lei 11.645/08, em todas as disciplinas que compõem o currículo das escolas de educação básica, estaremos oportunizando que muitos alunos de nossas escolas se sintam representados nos conteúdos discutidos nas aulas e melhorando, portanto, a sua autoestima, visto que esta muitas vezes está em baixa devido aos conteúdos eurocêntricos amplamente veiculados nas escolas sem que se consiga contextualizá-los com as histórias de vida do alunado.  A História da Educação no Brasil é constituída por diversas contradições. As Leis que controlam essa mesma educação são da mesma forma. Desde que o Brasil saiu da condição de colônia de Portugal em 1822, a referência legal ao processo educacional tem privilegiado as classes dominantes em detrimento das classes populares, especialmente dos segmentos étnicos de negros e indígenas, os quais representavam maioria populacional no momento da elaboração da primeira Constituição Brasileira, a de 1824. Com referência a essa questão, a Doutora Iolanda Oliveira, em seu artigo intitulado “A população negra na História da Educação Brasileira” utiliza como ilustração a seguinte citação referente a essa primeira Constituição Brasileira:
O decreto nº 1.331, de 17 de fevereiro de 1854, estabelecia que nas escolas públicas do país, não seriam admitidos escravos, e a previsão de instrução para adultos negros dependia da                                                            disponibilidade de professores. Mais adiante o Decreto nº 7.031-A. de 6 de setembro de 1878, estabelecia que os negros só podiam estudar nos períodos noturnos e diversos estratégias                                                                                foram montadas no sentido de impedir o acesso pleno dessa população aos bancos escolares                                                                                                 (BRASIL, 2004, p. 7) 
           Com base em exemplos como o acima citado, e visando corrigir erros do passado, estamos sempre imbuídos em fazer valer as leis educacionais tendo em vista beneficiar os alunos e comunidade educacional em geral, incluindo-se aí a comunidade do entorno da escola. Acreditamos que as leis devem ser cumpridas levando-se em consideração a correção desses equívocos históricos referentes à educação básica brasileira. Outro enfoque de preocupação do C.E.N.F. em cumprimento da legislação e com o olhar na humanização é garantir o acesso à educação de pessoas com necessidades especiais. Para tanto, a escola já dispõe de uma sala multifuncional que ainda não está em funcionamento, mas esperamos que com as devidas  preparações e adequações que ela esteja, em breve, funcionando.
        Pela legislação brasileira sobre a educação inclusiva se destacam:
·         A Constituição Federativa do Brasil (1988), define, no art. 205, a educação como um direito de todos e, no art. 208, II, o atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência preferencialmente na rede regular de ensino;
·         A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), publicada pela ONU e promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 6.949/2009, determina no art. 24, que os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação; e para efetivar esse direito sem discriminação, com base na igualdade de oportunidades, assegurarão um sistema educacional inclusivo em todos os níveis;
·         A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação inclusiva (2008), tem como objetivo garantir ao cesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação na escola regular, orientando para a transversalidade da educação especial, o atendimento educacional especializado, a continuidade da escolarização, a formação de professores, a participação da família e da comunidade, a acessibilidade e a articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
·         O Decreto nº 6.571/2008, dispõe sobre o apoio técnico e financeiro da união para ampliar a oferta do atendimento educacional especializado, regulamentando, no art. 9º, para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas dos alunos da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular.
·         A Resolução CNE/CEB nº 4/2009, institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, dispondo, no art. 3º, que a educação especial se realiza em todos os níveis. Etapas e modalidades, tendo esse atendimento como parte integrante do processo educacional. (MEC/SEESP/GAB, 2010)
Vale ressaltar, ainda:
Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, a resolução CNE/CEB nº 4/2009, no art. 1º, estabelece que os sistemas de ensino devem matricular os alunos público alvo da educação especial nas classes comuns do ensino regular e no atendimento educacional especializado, ofertado sem salas recursos multifuncionais ou centros de atendimento educacional especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; e no seu art. 4º define o público alvo do  Atendimento Educacional Especializado (AEE) como:
I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial; II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome do Ret,transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação; III – Alunos com altas habilidades/superdotação; aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas de conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, lideranças, psicomotora, artes e criatividade. (MEC/SEESP/GAB,2010)
O Colégio Estadual Novis Filho, já possuindo a sala de recursos multifuncionais falta-lhe o cumprimento das demais ações que compreendem a sua organização, como é previsto no art. 10º das diretrizes sobre o AEE, como os profissionais capacitados nesta área.
b)   Concepções, conceitos e princípios
Em todos os espaços da sociedade as pessoas interagem, relacionam-se, processam ações de construção de conhecimentos, de interconhecimento, de autoconhecimento, assim como, muitas vezes, percebem que os outros também o fazem. No espaço escolar não é diferente.  Neste novo milênio, a escola é chamada a ser mais do que um lócus de apropriação do socialmente relevante. Trata-se de um espaço de diálogos entre diferente saberes: científico, social, e linguagens; como também, do encontro das diferenças e da pluralidade cultural, étnica, social dos seus sujeitos e atores, embora a cultura escolar se relacione com a articulação entre igualdade e diferença, do “são todos iguais”.  Etimologicamente, a palavra educação provém do latim E – ducere, que significa conduzir (ducere) para fora. Outros sugerem a origem em educare, que significa a ação de formar, instruir, guiar. Nesse sentido, podemos utilizar a definição de LIBÂNEO (1985), entendendo que “educar é conduzir de um estado a outro, é modificar, numa certa direção, o que é suscetível de educação.” Ele acrescenta que:
O ato pedagógico pode, então, ser definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível do interpessoal como no nível da influência do meio, interação essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos, visando neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta própria ação exercida. Presume-se, aí, a interligação no ato pedagógico de três componentes: um agente (alguém, um grupo, um meio social, etc.) uma mensagem transmitida (conteúdos, métodos, automatismos, habilidades, etc.) e um educando (aluno, grupos de alunos, uma geração,etc)                                                                       (LIBÂNEO, 1985,p.97)
Vale ressaltar que, não devemos considerar que existe no ato pedagógico uma via de mão única: aquele que somente ensina e o outro que somente aprende. Os sujeitos do processo educacional interagem na construção de mudança. A educação é um processo dinâmico. É um conceito amplo que abrange toda a realidade da interinfluência humana, enquanto processo de desenvolvimento pessoal e profissional visando atingir os objetivos sociais que decorrem dos valores implícitos em uma determinada cultura. Com isso, vislumbramos no C. E. N. F. três olhares para compreender o ato de educar, descritos a seguir que vem norteando o nosso fazer pedagógico até então, e demonstram a nossa preocupação em relação com o ser humano em si, as diretrizes nacionais e o momento social que ora vivenciamos.
No que diz respeito ao homem em si, é fundamental que tenhamos sempre a consciência de que:
A educação é a prática mais humana, considerando-se a profundidade e a amplitude de sua influência na existência dos homens. Desde o surgimento do homem, é prática fundamental da espécie, distinguindo o modo de ser cultural dos homens do mundo natural, de existir, dos demais seres vivos.(SEVERINO, 2002
            Também, é fato, que a educação não está restrita ao mundo da escola como é expresso na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9394/96), no seu artigo 1º: “a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos civis e nas manifestações culturais.”  Assim, a escola não deve atuar isoladamente; e sim, garantir vínculo com a família, com o mundo do trabalho e com as práticas sociais para que tenhamos um desenvolvimento do ser humano em sua plenitude.  E, no atual momento em que vivenciamos espaços e tempos diversificados de aprendizagem, a escola deve se renovar não para se igualar a outros espaços, mas para redefinir o seu papel na construção do conhecimento, que é imprescindível para o desenvolvimento humano. A função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores inerentes à socialização do indivíduo. É necessário que a escola propicie ao educando ir além da aquisição do conhecimento sistematizado, que lhe possibilite o desenvolvimento de habilidades intelectuais que o conduza a uma aprendizagem autônoma. Para tanto, devemos levar o aluno a pensar, refletir, analisar, argumentar, sintetizar, criar, estabelecer relações, avaliar, justificar, etc., o que conseguiremos com o desenvolvimento de metodologias participativas, desafiadoras e problematizadoras.  O ensino e a aprendizagem deve ter como fim o desenvolvimento de competências para a inserção construtiva do aluno em seu contexto de vida. Se de um lado, deve haver um sujeito capaz de desenvolver ações possibilitadoras de aprendizagens significativas; do outro, deve haver aquele predisposto, motivado a aprender, o aluno.  Entendemos que a prática pedagógica, o ensino, é uma prática política, pois não se pode conceber a educação sem um vínculo sócio-histórico. E, deve caracterizar-se, também, como uma prática ética, comprometida, coerente e ao mesmo tempo, consciente e competente. O educador tem uma função importante no processo de educar. Ele deve permitir aos alunos não somente acessarem o conhecimento, mas transformá-los, inová-los. Deve exercer a função de mediador nas situações de aprendizagem e com a qualidade necessária para uma construção significativa dos conhecimentos trabalhados
            De acordo com estudiosos do assunto, devemos pensar
Num novo professor, mediador do conhecimento, sensível e crítico, aprendiz permanente e organizador do trabalho na escola, um orientador, um cooperador, curioso e, sobretudo, um construtor de sentido. “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção (...)          É preciso que pelo contrário, desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado (...) Não há docência sem discência, as duas explicam-se e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.(FREIRE,1997. Pedagogia da autonomia. In: GADOTTI, 2000, p.45)
            Compreendemos, assim, que na educação deve-se buscar sempre novos parâmetros, novas perspectivas, permitir-se inovar e transformar. Além do mais, os tempos atuais, a era do conhecimento com informações aceleradas e relações de competições e intolerância a escola deva ser espaço de otimização dos processos de aprendizagem e dos processos de construção de cidadãos.  Nessa perspectiva, de mediador do conhecimento no mundo de hoje, a escola deve ser um cenário para a pesquisa educacional e a prática pedagógica respaldar-se na ação do professor-pesquisador. Deve haver um entrelace entre teoria e prática.
Não há ensino sem pesquisa e nem pesquisa sem ensino. Esses que fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (Freire apud QUEIROZ et al. 2012,P.14)
            A construção do Projeto Político Pedagógico e a efetivação do programa de Monitoramento, Acompanhamento, Avaliação e Intervenção Pedagógica (PAIP) (ver anexo) são meios investigativos que possibilitam a implementação de novas ações para redirecionar os caminhos vividos e garantir mudanças significativas no processo de ensinar e aprender. Também, é fato, na atualidade, nesta sociedade discriminatória e exclusiva, a necessidade de ações educativas que vislumbrem o ser humano em si. Teóricos do assunto diz que:
(...) uma criança, um adolescente, um jovem quando sai de casa e vai para a escola, encontra pessoas de diferentes etnias, de diferentes gêneros; encontra pessoas de diferentes condições econômicas, políticas, religiosas, éticas. Então a primeira grande tarefa da escola é justamente ajudar as pessoas a conviver com as diferenças.(SANDRINI,2012)
            Para esse autor, o papel do professor é ser mediador cultural, segundo ele as diferenças não são desigualdades, são as riquezas que a sociedade tem, é preciso, então, que tenhamos a dimensão da existência do outro. E esta valorização dentro da escola pode ser conseguida através de Projeto Político pedagógico forte, considerado o mais importante dentro da escola.
Quem é mais importante na escola: o professor ou o aluno? Acho que não é o professor e nem o aluno: o mais importante numa escola é o seu projeto pedagógico. O que queremos enquanto professores, direção, coordenações, funcionários, alunos, pais e o entorno, a sociedade? A partir disso, criar, estabelecer metodologias para fazermos com que a nossa realidade se aproxime do ideal que nós projetamos para a nossa educação. É nessa linha que precisamos trabalhar. (SANDRINI, 20012, P. 12)
            A escola deve propiciar aos alunos o desenvolvimento do pensar de forma crítica, criteriosa e cuidadosa. Mas, para isso, a educação deve ser pensada por todos os sujeitos envolvidos. Faz-se necessário ouvir as diferentes vozes, para traçar caminhos interativos que possibilitem uma cooperação no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.  Daí, dentre as diversas modalidades de organização do trabalho escolar, o trabalho pedagógico centrado nos alunos como um coletivo, que respeita diversidades e auxilia a construção de conhecimentos é a pedagogia de projetos. Com ela, realidade escolar e social se intercruzam de forma significativa na construção do conhecimento. É projetar-se para o futuro, é traçar metas a serem alcançadas, a partir da resolução de problemas, e através da busca do conhecimento.  Vários são os enfoques que fundamentam a teoria educacional, mas concluindo as nossas concepções na fundamentação do Projeto Político Pedagógico do C.E.N. F. queremos deixar registrado, de forma breve, a nossa compreensão acerca de currículo e avaliação que concebemos como pontos relevantes na relação ensino e aprendizagem, e acreditamos inserir-se em uma ação educativa eficaz e coerente com o contexto atual.  Sabemos que o currículo escolar oferece um conjunto de diretrizes que norteia e sistematiza o ensino através da Matriz Curricular. Estas diretrizes nacionais devem ser trabalhadas visando universalizar conteúdos para que os sujeitos não sejam excluídos deste ou daquele conhecimento, e concorram de igual para igual nas circunstâncias da vida. Mas, por outro lado, não devemos perder de vista a valorização dos saberes do aluno, do professor e dos saberes locais. O currículo deve retratar a relação teoria e prática, o contato com a cultura escolar e a cultura da vida cotidiana. Para Sacristán (1998) apud Queiroz (2012) o currículo “agrupa diversas fases da cultura, do desenvolvimento pessoal e social, das necessidades vitais dos indivíduos para o seu desempenho em sociedade, aptidões e habilidades consideradas fundamentais. O currículo não é estático, é dinâmico, é possibilitador de um entrelace entre os saberes da vida e os saberes escolares. Além do mais, os comportamentos, as metodologias de trabalho utilizadas no fazer pedagógico são ações implícitas que influenciam os processos de ensinar e aprender. É o chamado currículo oculto. É o conteúdo implícito, geralmente inconsciente que acompanha as atividades escolares. Assim, não é imparcial, é social e culturalmente definido, reflete uma concepção de mundo, de sociedade e de educação.  De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o modelo curricular de fragmentação de saberes, modelos multidisciplinares e pluridisciplinares dominantes na escola, devem ser substituídos, na medida do possível, por uma perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar.  E deve haver outros olhares nessa construção:
Para elaboração de um currículo escolar devemos levar em consideração as vertentes caracterizadas pela: ontologia (trata da natureza do ser); epistemologia (define a natureza dos conhecimentos e o processo de conhecer); axiologia (preocupa-se com a natureza do bom e mau, incluindo o estético). (HAMZE, 2012)
            Trata-se, portanto, da operacionalização não declarada de normas sociais, princípios e valores transmitidos por meio do processo de escolarização. Esta percepção deve se fazer presente na análise do processo pedagógico.  E, em se tratando de análise, outra concepção que deve ser abordada na efetivação de um P.P.P., é a questão da avaliação.  Ao se conceber a escola como um espaço de construção e reconstrução de saberes e experiências, numa dimensão transformadora; e, a prática pedagógica como um elo entre os saberes cotidianos e o conhecimento formal, a avaliação também tem de ganhar um enfoque inovador na sala de aula.  O avaliar não deve se configurar na concepção tradicionalista de erros e acertos, como instrumento de poder sobre o aluno, incentivando uma relação mercantilista com o saber. Para Jussara Hoffmann (2003) apud Lindôso (2013), teórica do assunto, devemos avaliar para “prosseguir na diversidade, valorizando a multiplicidade de caminhos percorridos” e a avaliação é um conjunto de “ações intencionais, processuais de caráter legítimo, participativo, coletivo...”. E que segundo Lindôso (2012) “Objetiva a transformação da realidade escolar no contexto social e pedagógico. Avaliar para potencializar o processo de ensino e aprendizagem em todos os momentos: antes, durante e depois do processo de ensino”. De acordo com esses preceitos, e vivenciando o grande desafio que é a avaliação escolar, consideramos que esta deva ser contínua, por meio de formas e instrumentos diversos, e que contemple não só a análise da aprendizagem adquirida, mas a qualidade do ensino oferecido. A oferta de oportunidades diferenciadas de avaliação e não somente a utilização de teste e provas, bem como, a articulação com situações concretas, presentes, de fato, no cotidiano são formas avaliativas que contemplam as etapas diagnóstica, formativa e somativa, voltadas para a vertente qualitativa da aprendizagem.  A autoavaliação, o Conselho de Classe, o trabalho por meio de projetos são oportunidades de ação coletiva dos profissionais da escola como meios avaliativos não só para os problemas específicos de aprendizagem como também servem de análise para problemas indisciplinares, administrativos e operacionais, os quais têm influência no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.  Planejamento e avaliação são atividades indissociáveis, pois a avaliação não é o final do processo do ciclo docente, mas pode representar o recomeço, já que devemos partir dela para planejar as novas aulas. Também devemos estar atentos às diferentes formas de avaliação que encontramos na sociedade, ENEM, vestibular, PROVÃO, SAEB, entre outras, o papel e as características das mesmas no ato de avalia.  Analisar e discutir a avaliação em diversos ângulos e ter a consciência que as experiências de aprendizagem não devem ter fim em si mesmas, e sim, abrir portas para a construção de habilidades e competências que serão úteis futuramente para os alunos devem ser as premissas para o ato de avaliar – planejar – avaliar, que culminará com a obtenção de sucesso dos sujeitos educacionais.
            Diante de tudo isso, e na busca de um ensino e uma aprendizagem de qualidade fica a certeza de que é preciso investir no ser humano, na sua relação com o próximo, e ressignificar ações pedagógicas para a formação de sujeitos mais humanizados e preparados para viver em sociedade.
 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

DIVERSÃO E SOLIDARIEDADE-2013

4 - NO SÃO JOÃO, REALIZAMOS O IV ARRAIÁ DO COLÉGIO ESTADUAL NOVIS FILHO (Com as seguintes atrações: Dj Tatoo - Ney e seus teclados), ARRECADAMOS 520 KILOS DE ALIMENTO E DISTRIBUÍMOS (50 cestas básicas) À COMUNIDADE CARENTE, INCLUINDO PAIS DE ALUNOS.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

AÇÕES PARA ATINGIR META PROPOSTA(2) - 2013

5 - DESENVOLVENDO A AÇÃO DO  (PIP): REALIZAMOS OS PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE RESULTADOS NEGATIVOS COMO AÇÃO PARA MELHORIA DO RENDIMENTO DO ALUNO:
B) Realização do Halloween
















 

III PARTICIPAÇÃO DO JERP ESTADUAL-2013

15 - PARTICIPAMOS DO JERP (Jogos estudantis da Rede Pública do Estado da Bahia), REALIZADO NA CIDADE DE SANTO ESTEVÃO, EM QUE FOMOS TRICAMPEÃO DE FUTEBOL E VICE CAMPEÃO FUTSAL NA DISPUTA DO TRI.